A Lenda de Materyalis
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Nona Visão: Caçadores cinzentos do norte

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Nona Visão: Caçadores cinzentos do norte - Página 2 Empty Re: Nona Visão: Caçadores cinzentos do norte

Mensagem por Liliel Dom Mar 05 2017, 00:22

A Lady permanecia ajoelhada a frente da  majurk ferida, apesar de manter os olhos no ferimento seus ouvidos a mantinha atenta sobre aproximação da tropa. Apesar de não se atrever a tocar a elfa havia cogitado em retirar a flecha em um puxão, seria um modo mais bárbaro mas foi deste modo que ela aprendeu a se virar em batalhas. Mas sabia que a própria Dotter era indicada a cuidar do seu ferimento.

Liliel não respondeu quando pediu por “tempo” , voltou a olhar o avanço das tropas, respondeu em um tom firme como de costume mas de desagrado ao que via afinal havia falhado em levar Dotter.

- Infelizmente o nosso acaba de se esgotar…

Sem alterar sua expressão fria a mesma apenas comprimia os olhos tentando enxergar mais tentando reconhecer qual tropa era , tinha dúvidas quem os mandou, e seu interior acreditava que não eram seus soldados. Ouviu o aviso sem desviar o olhar, apesar de não acreditar na possibilidade, se fosse o caso ela não deixaria passar.

- Sim. Estou ciente disso. - Pausa. Depois continuou sempre falando baixo. - Não será necessário. Eles conhecem as consequências ao quebrar o meu “equilíbrio interno”. Espero que você nunca o conheça.

Agora a elfa tocava em um ponto que provalmente nem Dotter conhecia, o seu outro lado. Liliel podia ter uma longa paciência e ações moderadas, mas a forma que ela colocava era um sinônimo de algo muito ruim que ela nem ousava citar. Deixava no ar.

O assunto obscuro foi deixado de lado assim que a Lady assistia sua parceira depositar o estranho líquido em si, a forma como reagia o corpo parecia ácido e por algum modo lembrou um veneno. Ela olhava com um olhar aflito mas sem mudar de expressão. Pois confiava nas capacidades dela apesar de ver como uma “cientista maluca” fazendo um experimento em si.

- Vou tentar afastá-los mas seja rápida e Doloth…ARGHTTTTTTT!

Liliel não teve tempo de terminar o pedido, pois o som das pisadas dos mamutes torturavam as orelhas sensíveis , soltava gemidos de dor com o rosto coberto pelo capuz. Os braços dela estavam em volta das orelhas, o som era tão agonizante que jurava que estava “sangrando” .

Aquela tortura parecia uma eternidade, só conseguiu se recompor assim que suspenderam. Aos poucos se levantava sem deixar de retirar seu capuz. Apenas olhou para as mãos. Em seguida ouviu abordagem. A melhor forma de descobrir era mesmo se revelando, tirava o capuz e se colocava a frente em passos firmes, repousando a mão sobre a cintura lhe dando uma postura mais imponente e temível. Sua voz era alta e muito afiada.

- Saudações nobres guerreiros de Materyon. Quem vos fala é sua Lady Liliel. Espero que tenham uma plausivel justificativa para este ataque covarde contra sua superior. De que batalhão servem?


Sinal que haveria com sequencias.
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Mensagem por Dotter Manen Dom Mar 05 2017, 23:45

Dotter testou levemente a flecha e não ousou arrancá-la. Como uma caçadora experiente sabia o quanto era imprudente remover uma seta fincada tão profundamente. Limitou-se a quebrar a madeira a três dedos de sua pele a fim de diminuir as chances de que a parte que ficara para fora esbarrasse em alguma coisa e piorasse o ferimento.

O ribombar dos tambores incomodavam não tanto pelo som, mas pela vibração que faziam seu coração querer bater mais acelerado enquanto o veneno o desacelerava. Era desconfortável e deixou escapar um rosnado baixo de angustia. Levava uma das mãos ao peito e respirava fundo e devagar agora. Precisava se acalmar, retomar o controle, o equilíbrio. Precisava de um plano e estava deixando algo passar.

Felizmente os tambores cessaram...infelizmente quem antes os tocava agora também empunhavam armas.
Olhou rapidamente a cena de balançou a cabeça. O que estava esquecendo?

Liliel havia de erguido o que encobria brevemente as ações da majurk. Uma oportunidade que não seria perdida para a troca de dardos. Com uma rápida batida da zarabatana no tronco às suas costas, Dotter removeu o dardo longo e caça e em seguida introduziu um menor usando a mão ainda suja de sumo venenoso e sangue. Seria mais fraco pelo uso anterior, mas ainda forte o bastante para diminuir a destreza de quem fosse atingido.

A voz ameaçadora de Liliel lhe chamou a atenção. Seria realmente um alívio que apenas isso os detivesse. Se fossem de sua tropa certamente a reconheceriam no momento em que ela lhes expôs o rosto e ainda mais quando se dirigiu a eles.

A guardiã no entanto preferia não contar apenas com a sorte. A firmeza com que segurava a zarabatana oculta bem próxima ao corpo e a maneira como flexionava e apoiava o outro braço e a perna ainda boa era uma preparação para saltar dali. Os olhos que tinham agora apenas com um leve vestígio lilás estavam inquietos indo de um soldado ao outro até que percebeu o que os mais distantes faziam. 

- Ei!

Mudava subitamente de estratégia, ficando de pé lentamente para evitar um novo ataque, mas mantendo a zarabatana oculta entre seu corpo e a árvore.

- Tenham cuidado! Ainda não sabemos quem ou o que o matou!

Frisava tanto o “Quem” quanto “O que”. Sabia o quanto a praga na floresta era temida. Mesmo que aqueles não fossem soldados de Liliel, mesmo que fossem seguidores de Sarlakos aquela informação serviria para deixá-los reticentes.

Tempo, estava ganhando tempo. Quanto mais dúvidas eles tivessem mais tempo levariam para atacar novamente. Tempo para a dor na perna sumir e poder correr e saltar como um cabrito da montanha, e sobreviver para amargar as consequências disso a noite.

- Perdão por interrompe-la, Milady,  mas não podemos esquecer da denin. Ainda pode estar por aqui.

Se dirigia a Liliel com o respeito de um subalterno esperando que isso fortalecesse a as palavras anteriores da elfa. Ao mesmo tempo ficou atenta à reação dos soldados. Se não reagissem a possível presença de uma terceira denin no local seria um perigoso indício de que não eram soldados alinkianos e sim cúmplices da atacante inicial.
Por outro lado, sendo mesmo servos do rei, no mínimo se perguntariam o porquê de Dotter estar dando alertas que poderiam salvar-lhes a vida.

A Emylista certamente torcia pelo melhor desfecho possível que era deles serem soldados de Liliel, mas tentava deixar uma brecha, assim,caso fossem soldados de Sarlakos ou de Gormachel talvez concedessem a elas o benefício da dúvida.
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Mensagem por A Lenda de Materyalis Seg Mar 06 2017, 16:45

Considerações off

Muito bom, Giovanna. Interpretou o incômodo do barulho dos mamutes nos ouvidos sensíveis da Liliel. Isso aê! Very Happy

Qualquer dúvida, confabulemos pelo chat do Facebook.

Próximo turno no fórum dia 09/03, quinta-feira. Caso façam o turno até as 23h59 de amanhã terça, 07/03, responderei na quarta, 08/03. Favor realizar os turnos até 23h59 de 08/03, ou 23h59 de 07/03.

Vamos ao jogo:




Nona visão: Dotter e Liliel


Caçadores cinzentos do norte

Era natural que Liliel se sentisse incomodada com um possível ataque vindo de guerreiros aliankinos. Mas os efeitos hostis da guerra ideológica, fusionados com o inverno rigoroso nos campos inóspitos, sobrepujavam o reconhecimento da voz célebre da maior líder armífera do reino. As nuvens negras que pairavam nos céus lançavam mais que neve. Espalhavam pusilanimidade nos mais aguerridos, avolumavam o sugestionamento mental, fomentavam teorias conspiratórias e provocavam afoiteza, tal como alguém que busca um abrigo caloroso para escapar do frio excruciante dos campos que precedem às montanhas.

A magnificência na voz da Lady atroou além do inquiridor. Novamente, se estabeleceu um silêncio curto, porém emocionalmente longo. Ainda que fossem hierarquicamente inferiores, anularam à réplica esperada pela grakan. Não lhe concederam o mesmo crédito que a outra dupla de guerreiros deu à Dotter. Estes levaram a sério o alerta da majurk. Congelaram os próprios ossos e permaneceram inertes como as montanhas de Majara em meio a torrencial tempestade de neve invernal. Não se atreveram a tocar no morto. Se entreolharam, passando a observar também os arredores. Estavam cobertos pelos arqueiros, embora o diálogo encomendado pela guardiã com Liliel denotasse que ainda havia mais alguém com quem deveriam se preocupar. O que era verdade.

— Lady Liliel, a justa — disse novamente o homem, em voz alta. No entanto, dava nova pista de que ele e os demais pertenciam ao exército aliankino, ao chamá-la pelo epíteto. No mínimo, conheciam bem a sua fama. — Se és quem dizes, provarás nossos ouvidos com o ruído singular característico de tua espada, pois nenhuma guerreira em Aliank é capaz de produzir tal acrimônia aos tímpanos adversários.

Após breve pausa, disse-lhe mais o interlocutor:

— Sabemos que esta distância não nos assegura plenamente dos vossos ataques. Porém, não ordenarei aos meus homens que se aproximem de vós e facilitem nossas baixas. No momento, a prerrogativa nos pertence. Está claro que apenas denins desafiariam os perigos dos ermos caminhando em dupla. Portanto, seria tolo se subestimasse a vossa força. Contudo, parece-me duvidosa a tua identidade, visto que não me é lógico ver a maioral dos cavaleiros aliankinos peregrinando sem o amparo de sua tropa em território tão pernicioso. Ainda que seu poder sobressaia ao de muitos guerreiros, ele não está acima das aflições naturais do inverno, criadas remotamente pela erudição de Materyalis, o uno.

E, seguida a outra pequena interrupção, finalizou:

— Conhecemos as normas de Berong, nosso rei, e, se fores a Lady, nos entregaremos ao teu julgo, ainda que não possamos advogar por nossos atos. Se, no entanto, não comprovares tuas palavras, atentaremos contra vós, porquanto os domínios de Aliank foram pervertidos por forças de antigos aliados, e pela anátema do dragão adormecido na mata fronteiriça à capital.

Minha visão da situação era confortável, e permitia uma noção mais racional e compreensiva sobre os argumentos do líder. Caso ele não fosse um falaz, tudo o que dizia estava carregado de razão, inclusive nas condições que impunha. Até mesmo não responder à indagação de Liliel era importante. Dizer a qual tropa pertencia daria vantagem informativa sobre a maneira como duas denins deveriam combater adversários que provavelmente não tinham poderes extras, o que poderia ser um recurso mortal caso fossem quidans frente às habilidades de uma grakan ou uma natrakan. Outra perspectiva inteligível sobre o que falara, era o fato de uma Lady caminhar pelos campos distantes da cidade sem usar seu cortejo, embora ela só estivesse seguindo o plano insensato de Edfeu e, também, se precavendo para que apenas indivíduos de confiança soubessem onde Omaru estava. Para alguém que vivia sob a regência de uma ideologia disfarçada, agir assim era primordial.  

Pela lei marcial, desafiar um membro da mais alta patente da tropa aliankina significava perjúrio ao Empossamento Mavórcio, cerimônia onde os guerreiros recém-amestrados tornavam-se oficiais do reino. Portanto, caso fossem do exército real, as atitudes daqueles homens ou elfos seriam passíveis de severa penalidade na Câmara da Inquisição, que centralizava as sentenças de civis e militares. Ainda assim, todos assumiam o risco, talvez contando com um julgamento brando vindo da própria Lady, mediante a uma oportunidade prévia de explicação, antes que fossem submetidos à análise da transgressão feita pelo Inquisidor.

Tal como a voz de Liliel, os homens não foram capazes de identificá-la visualmente, devido a densa cerração local. As frases do líder daquela campanha também serviram de alerta para os outros comandados do mamute próximo a Edren, que, apesar de focarem suas atenções por todo o campo, permaneciam preparados para reagir ao menor sinal de uma perda na vantagem estabelecida contra as duas emylistas.


(Continuem a partir daqui, Desirreé e Giovanna)


Última edição por A Lenda de Materyalis em Qua Abr 12 2017, 17:29, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Liliel Ter Mar 07 2017, 20:16

A Lady soltou um longo suspiro pois buscava manter sua serenidade ainda que seus ouvidos ainda estivessem chiando, pois aqueles pisar dos mamutes agrediram seus ouvidos sensível a deixando perturbada. Ela não mudou sua postura ereta e nem sua expressão fria, aguardava que aqueles subordinados respondesse sua indagação. Apesar de não estar mais portando sua espada a vista ainda se mantinha com a guarda alta para o pior dos casos. Apos ao longo silêncio depois de se revelar, ouve uma certa resistência ao se revelarem o que foi o mais correto para o momento, afinal não estavam sozinhos. Que foi bem visto aos olhos da Lady, era compressível que os homens precisavam de um sinal de presença apesar dela ter tido evitado revelar sua identidade até o momento posterior, mas a situação forçou a fazê-lo.

Levou seu olhar assim que a marjuk a lembrar sobre a tal da denin desconhecida, ela afirmou com a cabeça mesmo que também não havia esquecido. A mesma deu alguns passos para trás para se afastar. Agora que o centro de atenções estava voltada para si.


- Pois bem eu o farei.

Em uma distância segura, sacava sua espada que antes de ser erguida já emanava a energia Metonyana imergir em vastidão que consumia a lâmina crescente. Uma vez contida a mesma derramava, com este soava o som irrigante e inconfundível. Em seguida a Lady afastou o braço e moveu em uma meia lua em uma só direção, para o norte para que seu ataque se espelhassem outra vez, para os guardas era seu cartão de visita mas ela aproveitou a deixa para tentar acertar e obrigar a denin oculta se revelar. Tomando uma ação imprevista e certeira, pois essa calma a perturbava.
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Mensagem por Rolador de Dados Ter Mar 07 2017, 20:16

O membro 'Liliel' realizou a seguinte ação: Lançar dado


'20' :
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Mensagem por Dotter Manen Qua Mar 08 2017, 00:21

Discretamente testava a perna. O formigamento que se espalhava a partir da ferida era desconcertante, mas um alívio. Ainda havia dor, mas logo seria capaz de apoia-se com alguma firmeza.

Não tinha muito o que fazer naquele momento. Compreendia a cautela dos guardas em não se aproximar e concordava com a decisão deles de solicitar uma prova de que Liliel era quem dizia ser antes que a distância entre eles diminuísse. Claro que ainda estava furiosa com a flechada e esperava que a Lady fosse mais incisiva contra o ataque às cegas que desferiram contra ela.

Tudo a seu tempo. Com a dor aliviada e a certeza de que o som do mentonyan tilintando na lamina da general convenceria os soldados, começou a recuperar sua calma o que era notável na expressão mais neutra em sua face. Permanecia atenta, os olhos já em um verde puro nos soldados e as orelhas se torcendo levemente de um lado a outro buscando algo que destoasse do som da natureza.

Respirou fundo e farejou mais uma vez. A denin certamente não atacaria tantos ao mesmo tempo. Estaria ainda lhes vigiando a distância ou teria aproveitado a oportunidade para escapar? Seria o majurk agora morto sua presa, ou o objeto que dera a Dotter o motivo da perseguição?

Em dois dias acumulara mais perguntas do que em quase três anos como guardiã e sua ansiedade em sair logo dali fazia os poucos instantes que a companheira levava exibia seu poder parecerem mais demorados que um velho majurk tentando levantar após sua hibernação.
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Nona Visão: Caçadores cinzentos do norte - Página 2 Empty O Baluarte de Chak

Mensagem por A Lenda de Materyalis Qui Mar 09 2017, 17:43

Considerações off

Meninas, duas observações:

- Giovanna, apesar do ataque, lembre-se que existe uma distância em que o ataque metonyano pode alcançar, limitado a nove metros (estou considerando doze por atestar que no novo sistema, Liliel passará de nível). O mesmo serve para o som do metonyan com a lâmina. Lembre-se também que, ao suar a energia, você gastará Pontos de Dens. Como estamos refazendo capítulos, nesse caso não vou descontar os pontos, mas tenha esse cuidado para não perdermos o fio da meada;

- Desirreé, lembre-se que majurks não hibernam, diferente dos ursos (ler quarta visão, página 117, terceiro parágrafo). É apenas um complemento sobre a colocação que fez no final do seu post.

Qualquer dúvida, confabulemos pelo chat do Facebook.

Próximo turno no fórum dia 13/03, segunda-feira. Favor realizar os turnos até 23h59 de 12/03.

Vamos ao jogo:




Nona visão: Dotter e Liliel


Caçadores cinzentos do norte

Enfim, a elfa levantava a espada, permitindo o vislumbre do gume sendo tomado pelo dourado metonyano. O tilintar progressivo logo se transformou em um sibilar alto. Pouco depois, soltara um ataque voraz aos ventos, lançando uma lâmina diagonal de pura energia, que se dissipou a cerca de sete braças para o norte, direção para onde apontara a investida.

Percebi que, até mesmo nisso, os desconhecidos estavam precavidos. Eram, inegavelmente, muito bem treinados. A distância entre eles e a denin permitia que o som diminuísse sensivelmente antes de tocar suas audições. A dispersão admitia que eles não tomassem qualquer atitude defensiva, como o simples gesto de levar as mãos aos ouvidos e, assim, protegê-los. Os mamutes, igualmente, estavam impassíveis.

O ruído permaneceu por algum tempo. Suficiente para que as próximas palavras dos guerreiros fossem muito mais brandas em relação às duas. Não havia dúvida sobre quem era a grakan.

— Como dissestes, não há outra em Aliank com tal habilidade — disse em voz alta o homem montado no dorso do mamute próximo a Edren.

Era possível ver que as silhuetas de todos os encapuzados, naquele instante, estavam voltadas na direção de Liliel e Dotter.

— Mantenham suas posições e atenções — respondeu o dialogador de outrora, disputando o som de sua voz com o bulício aéreo. — Responsabilizarei-me pelas ofensivas que realizamos.

A impavidez do comandante era notável. Tal como fizera o outro condutor com seu animal, agitou as rédeas do mamute, que flexionou as pernas obedientemente, deixando que os cercados flanqueados também tocassem a terra congelada. Mas os tamboreiros e arqueiros permaneceram como antes. Apenas o porta-voz se levantou e, habilmente, saltou do lombo da montaria, afundando os pés na camada de gelo.

Embora os arqueiros não mantivessem suas setas apontadas para as emylistas, permaneciam atentos aos atos da dupla. O problema maior era que, ao atestar que estavam diante de uma Lady aliankina, não poderiam lançar qualquer ataque em defesa de seu líder, a menos que verificassem um engano na conclusão de que ela era mesmo Liliel. Qualquer nova afronta poderia aumentar muito a punição que receberiam na Câmara da Inquisição, o que denotava encurtar o caminho para conhecer as terras sagradas de Materyon, no além.  

Em passos relativamente rápidos, a silhueta do homem ficava mais evidente. Era mais alto que Liliel, porém mais baixo que Dotter. Caminhava até elas com as mãos para o alto, indicando rendição. Parou à frente delas a três braças. Abaixou o capuz, revelando uma face totalmente coberta por um elmo metálico avermelhado, cuja viseira não estava suspensa. Não havia dúvidas. Era um equipamento feito de majuro, que, na atualidade, era raro. Mais ainda, não era o tipo de veste usada por soldados aliankinos.  

— Com sua permissão, retirarei meu capacete, para que vejas a minha identidade — disse ele para Liliel, levando lentamente a palma das mãos até os ouvidos, puxando para cima a indumentária facial.

Finalmente, pouco depois, Liliel e Dotter puderam saber quem era. Para mim, um desconhecido. Tratava-se de um homem de longos cabelos brancos e crespos, pele alva e enrugada. Aparentava ter cerca de cinquenta anos. O lado direito da face era marcado por uma cicatriz que ia da ponta inferior do ouvido até a margem do lábio fino no mesmo lado. Um tapa olho de algodão negro e sem alça estava preso no globo ocular esquerdo, conferindo a ele uma aparência de um veterano de guerra. Seu porte era robusto e, certamente, avolumado pela armadura ainda coberta pelo manto.

Ele falava e agia como um dos guerreiros aliankinos treinados por Liliel. Curvou a cabeça em sinal de respeito, mas não o corpo, como fariam diante da realeza, para continuar suas explicações.

— Eu, Oburloc de Chak, reafirmo o que disse, milady. Ainda que não nos dê direito à defesa, estamos preparados para o teu julgo. Contudo, tu és conhecida como "a justa", e, por isso, peço profunda reflexão em minhas palavras.

Oburloc, então, ergueu a cabeça e fitou a Lady:

— Formamos uma guarnição independente, sob o comando de Gormachel Haesc, amparados pelos majurks de Slandral. Meu grupo é formado por tarimbeiros do leste, abrigados nas montanhas daquela região. Notícias do mal que abala os ursídeos já se espalharam pelo Condado e, por ordem do ex-Lorde e de Dhorum, o Conde de Majara, recebemos a missão de impedir que estranhos avancem para o norte, assim como devemos conter qualquer recuo para o sul — disse e, em seguida, o olho se voltou discretamente para Dotter. — Principalmente, majurks.

Após breve pausa, falou alternadamente para as duas:

— Podemos levá-las à Serra dos Dentes, onde formamos base no Baluarte de Chak. Há recursos necessários para que possamos tratar o dano que lhe causamos — falava referindo-se à Dotter, ao fitar discretamente sua perna ainda perfurada pela madeira da flecha. — Apenas peço o vosso consentimento para que o capitão Rilac permaneça nos ermos — apontou com a cabeça para o outro homem montado no mamute — e assegure que a missão continue. A ordem da saraivada partiu de mim, não sendo justo que ele seja punido por algo que não planejou.

Foi então que o único olho vivo de Oburloc fitou o chão, aguardando a resposta das denins. Eu ainda desconfiava da benevolência daqueles homens. É verdade que poderiam ter matado as duas se quisessem, mas, ao ver que tratavam-se de oficiais de grande importância ao reino, poderiam ser mais úteis vivas.

Analisando o que fora dito, o relato parecia questionável, mas era possível que meus conhecimentos estivessem obsoletos, visto que, a cada visão do sinkrorbe, eu reunia inúmeras descobertas interessantes. Eu jamais ouvi falar, por exemplo, sobre um grupo autônomo ao exército aliankino habitando nas montanhas, ainda mais apoiado pelos tribalistas de Slandral, a principal comunidade do Condado, regida por Dhorum Manen, rei dos ferreiros. Estou certo que os irmãos veniristas associaram o sobrenome ao de Dotter. De fato, eles têm algum grau de parentesco, embora eu imagine que a guardiã esteja, no mínimo, separada em segundo grau do patriarca, pois a ninhada de um majurk é sempre excessiva e não vejo razão para que ela tenha desistido das regalias da prole mais nobre das quatro tribos. No mínimo, uma fêmea dá a luz para trigêmeos, de forma que famílias ursídeas são sempre muito grandes e, ao mesmo tempo, podem não ter contato algum com os parentes mais influentes.

É válido salientar uma curiosidade. Por muito tempo, quando saí de Lugsha, minha tribo de origem, vivi como um eremita nas montanhas para receber as doutrinas do mestre Müdrik, me apartando totalmente do Condado. A última informação relevante que obtive sobre o clã Manen, era que Direa, a Condessa de Majara e cônjuge de Dhorum, teve uma ninhada de quádruplos. Porém, somente Dulcan, único filho macho, era celebrado. A razão disso é que somente ele herdara o den grakan de seu pai, que ganhara sua posição exatamente pelo reconhecido talento como armeiro, cuja habilidade não fora historiada com tamanho destaque desde os tempos de Slandragg, há dois séculos. Era o desejo do Conde, portanto, que seu sobrenome fosse perpetuado através de seu filho como a maior linhagem de ferreiros entre os majurks. 

Por fim, é importante falar sobre Chak, o lugar citado como possível abrigo para as emylistas. Alguns anos após a derrota de Garlak, cada tribo majurk construiu um baluarte nas montanhas, servindo como refúgio para o caso de qualquer malefício atingir os territórios tribais do Condado. Porém, isso exprime algo preocupante. Apesar do sinkrorbe não ter revelado nada a respeito, se os povos estavam migrando para o território inescrutável, significava que algo muito sério estava acontecendo, possivelmente, em todo o Condado. Do contrário, o orgulho dos slandralinos não teria permitido que humanos, à revelia de Berong, concentrassem um grupo militar de ordem independente para ajudar na composição da fortaleza. Em toda a história de Aliank, majurks se recusaram a receber a ajuda de homens e elfos na proteção territorial da Cordilheira de Majara, chamando plenamente para si a responsabilidade de assegurá-la. Por isso, eu ainda esperava muitas explicações daquele líder, assim como as duas denins, que também se preocupavam com a ameaça da denin oculta. Talvez, ela também fosse parte dos problemas da guarnição de Oburloc e Rilac.

Mas, se havia algo que soava mais seguro para elas, era que, segundo o que foi falado, os homens eram liderados por Gormachel, pai de Joan, que, como foi revelado na sétima visão, também estava envolvido com o emylismo.

(Continuem a partir daqui, Desirreé e Giovanna)

Complemento:

- Desirreé, como cheguei a colocar no e-book, no ano passado, em substituição do enredo da Dotter com o Samson, ela terá três irmãos: Dulcan, Dira e Dolka. Comecei a explorar nesse capítulo o motivo pelo qual Harcos não sabe que ela é filha do Conde, coo poderá ver. Diferente da ideia anterior, eles são quadrigêmeos;

- Dotter e Liliel conhecem Oburloc de vista em uma das reuniões com Omaru, a qual participou Gormachel.


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Mensagem por Dotter Manen Sáb Mar 11 2017, 23:41

Dotter se mantinha próxima a árvore que sendo tão frágil perto daqueles animais servia mais como apoio do que proteção, ao menos esse deveria ser o ponto de vista da guarda alinkiana.
Mas pela visão dada pelo sinkorbe o vegetal permitia que mantivesse sua zarabatana oculta e também cobria suas costas contra um possível ataque traiçoeiro da outra denin.

 Infelizmente precisou fazer um esforço extra para não levar as mãos aos ouvidos quando Liliel usou seu den. Estavam próximas demais para que o som não fosse um incomodo. Sentiu vertigem por um instante e precisou recostar novamente no tronco.  Os estalos invadiam seus ouvidos e pareciam atingir seu estomago. Sentiu-se mareada e precisou respirar fundo. Era uma majurk orgulhosa demais para vomitar por tão pouco.

Não escondia sua expressão de desagrado, mesmo porque depois de ser atacada com flechadas ser ameaçada e ter seus ouvidos violentados daquela maneira suspeito seria se demonstrasse estar tudo bem.
 
Ficou surpresa quando o soldado se aproximou revelando sua armadura. Reconhecia o trabalho de seu povo e já vira o próprio pai trabalhar aquele tipo de metal. Não esperava que nos tempos atuais um soldado de aliank envergasse uma peça de majuro.  A face do homem lhe pareceu familiar, mas foi apenas quando ele começou a falar sobre si e sua guarnição que se lembrou de onde vinha.

Seus olhos buscaram imediatamente os de Liliel e depois voltou a se fixar nos de Oburloc e assim se mantiveram mesmo quando ele lhe dirigiu a palavra. Fez menção de dizer algo diretamente ao soldado, mas depois de vislumbrar o entorno voltou a olhar para A lady de Aliank.

- Milady, se me permite a palavra, mas logo anoitecerá. O rastro da denin do vento acabará coberto pela neve noturna.

Novamente buscava demonstrar humildade ao se dirigir a Liliel.

- Esses homens têm mais chance de rastreá-la do que eu nesse momento.

Olhava a própria perna em desgosto. Sabia que o efeito do analgésico passaria em no máximo duas horas. Queria realmente já estar sem a seta no corpo quando isso acontecesse.

Olhava para o veterano ainda com grandes ressalvas. Suas palavras plantavam perguntas mais do que lhe permitia colher respostas.
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Mensagem por Liliel Dom Mar 12 2017, 13:31

Após a demostração a Lady guardou sua espada, embora não havia dito nada estava sentia ainda seus tímpanos sensíveis e mesmo com o som perfurante do metonyan, aumentou sua  aflição, parecia que o dia não estava a favor das duas emylistas.


Chegada a vez do responsável da voz se revelar a elfa apenas levou ambas mãos para trás sem deixar o corpo ereto e exibindo sua imponência e respeito como sua superior e aguardava. Liliel fixou o olhar no rosto de Oburloc, de começo suou estranho mas sua voz lhe pareceu familiar. Citando o nome Gormachel Haesc, sua memória vagou e agora, foi mais precisa fazendo uma ligação com algumas reuniões de Omaru onde o tinha visto algumas vezes. De certo modo era um aliado o que lhe prazeria alguma vantagem apesar de um recontro tão desengano com este.

Ouvia também a notificação sobre os males que assombravam os majurks estavam ganhando mais forças o que a fez olhar para Dotter ao se lembrar do que viram até o momento, era aceitável a razão daquelas patrulhas embora acabaram sendo vítimas destas.

A Lady ainda sentia uma pertubação pela violação sofrível mas esta aprenderá controlar sua raiva interior com o equilíbrio que tanto prezava, suspirou longamente o pondo em prática, assim recuperando sua tranquilidade natural. Finalmente se manifestava em um tom de voz firme e autoritário.

- Oburloc de Chak, apesar de reconhecer a importância de sua incumbência a qual executou solene. Mas, cometeu um equívoco grave, ao agir  imprevidente sem considerar a probabilidade de haver inocentes no percorrer.

Voltou a olhar para Dotter como exemplo. E continuou voltando a olhar.

- Além disso, agrediu a Lady com estes sons túrbidos, causando-lhe grande ira. Mas, por crer na grande misericórdia de Materyon não creio que a punição altura seja execução. Espero ter total colaboração sua e de seus homens, além de sua lealdade.

Era claro que Liliel presava mais a lealdade. Talvez isso fisse alguma diferença, ainda sim dava jus a sua fama de justa. Em seguida ouviu o pedido da mesma e concordava com ela. Respondeu depois.

- Sim precisamos nos abrigar por hora e cuidar de seus ferimentos. Oburloc aceitamos a oferta, ajude-a a subir.


A lady olhou para trás, e assobiou alto para que Doloth escondida viesse ao seu encontro.
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Mensagem por A Lenda de Materyalis Qua Mar 22 2017, 17:35

Considerações off

Meninas, este turno será curto pois intermediará o complemento do diálogo anterior das personagens com Oburloc, e dará ligação ao próximo evento.

Próximo turno no fórum dia 27/03, segunda-feira. Caso consigam realizar as ações até as 23h59 de amanhã, 23/03, farei o próximo turno já na sexta, 24/03.

Vamos ao jogo:




Nona visão: Dotter e Liliel


Caçadores cinzentos do norte

A repreensão firme de Liliel não foi contestada por Oburloc. Possivelmente, não considerou estar a altura de lhe perguntar o motivo pelo qual ela e Dotter peregrinavam solitárias pelas montanhas.

A elfa, logo ao concluir sua sentença ao guerreiro, assobiou alto. Era um sinal para Doloth, que, oculta entre as poucas árvores e a cerração, voltava o mais rápido que podia até a dona.  E, durante o deslocamento da égua até a Lady, Oburloc aproveitou para se desculpar.

— Agradeço-lhe pela clemência, milady — respondeu, ainda de cabeça abaixada. — Encaro a milha falha com desgosto. Tens a minha lealdade e a dos meus homens, assim como os nossos dedicados préstimos.

Subsequentemente, Oburloc falou em voz alta para Rilac:

— Deem-nos cobertura temporária. Ainda temos afazeres aqui.  

Ainda levando em consideração o alerta de Dotter, os homens não se aproximaram do corpo de Edren, mas permaneceram vigilantes ao ambiente. Não era a intenção de Oburloc demorar ali, mas logo ficaria claro que a ordem de espera dada a Rilac se devia à deferência da guardiã sobre a misteriosa denin. Ele também não recusaria ajudá-la a subir na bela égua branca, mas eu me perguntava se a sisuda majurk aceitaria tal suporte. Quanto a isso, haveria um tempo curto, porém importante, para que ela decidisse.

— Não houve indiscrição de minha parte, mas foi inevitável reparar, nos vossos comentários, que perseguis uma denin — continuou Oburloc, variando o olhar para a guardiã. — É fato que a noite virá sem demora e, se há qualquer precaução que precisemos tomar durante o caminho ao baluarte, devemos saber imediatamente. Sei que entendem esta importância, pois nos dirigiremos à última fortaleza defensiva dos slandralinos, frente aos eventos fatídicos que os acometem. Temos de nos certificar de que nenhum mal adentrará os muros de Chak. Assim, também acumularemos recursos para lhes preparar um caminho seguro até o nosso destino. Portanto, peço-lhes, solenemente, que me digam tudo o que puderem sobre ela e os riscos que podem nos trazer.

Enquanto Oburloc justificava sua preocupação, os demais guerreiros permaneciam atentos. Foram distraídos brevemente pela aproximação de Doloth, mas entenderam facilmente que o sinal sonoro de Liliel era para ela. A égua parou perto da grakan, pouco antes do líder concluir seu pedido às denins. Estava na hora de Dotter decidir se seu orgulho falaria mais alto que a necessidade de ter auxílio para subir na cavalgadura.

Paralelamente à conversa, algo sublime ocorria. Os eventos recentes suplantaram mais um fenômeno que o sinkrorbe já me revelava, mas que eu só pude notar quando houve a calmaria do diálogo. O ar se manifestava novamente de maneira peculiar. A denin não havia desistido de Dotter e Liliel.

O ruído aéreo não estava desconjuntado. O som dos ventos produzia uma sintonia melódica. Era comparável a silvos disparados por uma flauta de bisel, mas era possível confundir com um assobio humano e prolongado, variando entre quatro notas musicais: Um Sol agudo; um Fá agudo sustenido; um Dó agudo e, por fim, um Ré agudo sustenido. Sem a devida atenção, era impossível distinguir tais minúcias. Porém, isso me remeteu imediatamente aos primeiros dizeres de Edren para a dupla emylista.

"Fujo da música tenebrosa, que atrai os sanguinários e me impede de voltar à minha gente."

Agora, eu estava certo de que o terror que assombrara o majurk viria até os presentes.


(Continuem a partir daqui, Desirreé e Giovanna)

Complemento:

- Somente Liliel conseguirá distinguir a melodia dos ventos.


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Mensagem por Dotter Manen Qui Mar 23 2017, 20:59

Respirou fundo ainda desconfiada dos soldados. Olhou Oburloc por alguns instantes com mais atenção. Respirou mais fundo farejando o ar e finalmente considerando que ele era quem ela achava. O seguidor de Omaru que estava numa das últimas reuniões.

Hunf!

Berraria com ele depois, quem sabe o fizesse rolar montanha abaixo...depois, pela neve, para que sobrevivesse e pudesse fazê-lo rolar novamente...depois.
Mancou até a égua, não por sentir dor, mas por não estar mais sentindo a perna. Deixava a zarabatana a vista agora, abaixada, com uma das pontas próxima ao chão como se estivesse apenas a usando para evitar uma queda.

Quando tocou o dorso de Doloth, olhou nos olhos do soldado com a firmeza de quem iria exigir uma longa conversa no momento mais apropriado. Por hora, aceitava a ajuda para subir na montaria.

— Ela controla o vento. Tem atacado sem se mostrar. O Umsha fugia dela, mas suas palavras já estavam desconexas demais para nos dar detalhes. Parecia apavorado. Falou de uma carnificina mais à frente. De sons que atraíam lobos...e os lobos aqui são bem grandes.

Farejava o ar ao lembrar do alerta buscando o cheiro deles e olhou para o corpo de Edren já coberto por uma fina camada de neve.

— Mas alguma outra coisa, não lobos, o matou.

(Não lembro se havia ferimentos de garras nele. Me corrija se eu estiver errada)
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Mensagem por Liliel Qui Mar 23 2017, 22:41

Assim que Doloth retorna para a Lady, que a olha com um olhar de alivio pois ela estava bem. A mesma afegou a crina da égua como recompensa pela espera. Se a elfa fosse mais expressiva teria relaxado mais. Ouviu o agradecimento de  Oburloc e concedeu com a cabeça.

- Não tenho dúvidas. Peço que ajude da moça a subir.

Sem problemas a elfa montava habilidosa, assim aguardou Dotter se aproximar, mesmo de cima ajudou dali servindo de suporte para se apoiar e agradeceu a ajuda. Apesar de não dizer nada a olhou por cima dos ombros, assim que sentou atrás, lhe lançando um olhar cumplicie, como se soubesse da sua vontade e lhe pendia calma, atos impulsivos já as condenaram o suficiente.
Apesar de ouvir a pergunta a qual não precisou responder, Dotter já se manifestava. Na verdade a atenção de Liliel não já não mais dali, sua aguçada audição reparava nos ventos que novamente não eram comuns. Com um olhar abstrato a Lady pode ouvir as notas de alguma melodia sinistra que nunca tinha ouvido alguma vez. Pertencente a uma flauta. Ao despertar, dava uma nova ordem , ela sabia que não era prudente continuar ali. Fazia sinais com os braços para avançar, de certo modo não queria arriscar mais vidas, mas sabia que a denin ainda estava por perto.

- Apressem seus passos, precisamos chegar antes do anoitecer. Vamos evitar novas vítimas. Andem!

Assim que deram passos se afastando um pouco mais do local, só assim a elfa sentiu que podia revelar. Fez um sinal  Oburloc ficar por perto.

- Eu ouço uma melodia oculta nos ventos. Não ignore qualquer sinal dos ventos, este aviso é para você e seus homens, se ouvirem uma melodia de uma flauta, fujam. Acredito seja isso que atraiu aquele majurk para a morte. Espero que conheça algum atalho, Oburloc ?


Perguntava ela com um olhar firme, era claro que ela estava sendo cautelosa, não queria a tal denin os seguissem.
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Nona Visão: Caçadores cinzentos do norte - Página 2 Empty Os Inimigos dos Ventos

Mensagem por A Lenda de Materyalis Seg Mar 27 2017, 18:05

Considerações off

Desirreé, em relação ao Edren, ele estava com a roupa ensanguentada, mas Dotter e Liliel não constaram se os ferimentos foram provocados por lobos. 

Pequena correção: ao se referir ao morador da tribo Umsha, chame-o de "umshino". 

Próximo turno no fórum dia 29/03, quarta-feira. Favor realizar as ações até as 23h59 de amanhã, 28/03.

Vamos ao jogo:





Nona visão: Dotter e Liliel



Caçadores cinzentos do norte

Oburloc não teceu comentários sobre a denin, ou algo alusivo à expressão austera de Dotter. Dava mais importância à concatenação das informações que recebia. Afinal, poderia lidar com uma elorkan no caminho. Eu não sabia se o guerreiro também possuía poderes extras e, caso contrário, tinha bons motivos para não perder o foco por um instante sequer. 

— É lamentável que ele não tenha conseguido fornecer pormenores. Nossa visão do perigo será tão parca quanto a capacidade que temos em ver através das densas brumas invernais de Majara — disse ele, enquanto ajudava a majurk a subir em Doloth. Sim, ela havia deixado a soberba de lado naquele momento, permitindo que o homem impulsionasse a sola do seu pé esquerdo, dando a força necessária para que a dormência não a atrapalhasse na subida — Ao menos, sabemos que temos de nos atentar aos ventos, embora isto ainda seja uma pista tão vaga quanto o tipo de ameaça que enfrentaremos. 

A verdade era que Dotter também foi pouco específica. Talvez propositalmente, já que não devia dar todo o crédito para aqueles homens. De toda a forma, também havia a melodia para desassossegá-los. Liliel, nitidamente a única a percebê-la, alertou o líder, antes que ele pudesse retornar ao mamute e prosseguir viagem. 

— Atentem-se aos ventos! — gritou Oburloc para Rilac e os demais, assim que recebera a instrução. — Estamos lidando com uma elorkan hostil!

Os guerreiros se entreolharam. Por um momento, o próprio Oburloc parou. Enfim, parecia ouvir o mesmo que Liliel. Porém, sua audição humana certamente o obrigava a se esforçar muito mais para identificar a música. Mas não havia tempo para se impressionar. Sem demora, seguiu a ordem da Lady. Rumou para o seu mamute, o único refúgio ao qual podia recorrer. E, chegando diante dele, o viu se levantar subitamente, junto a barridos ecoantes. O corpo adiposo moveu-se canhestro, desequilibrando os guerreiros que ainda estavam sobre os cercados de madeira. O nervosismo do animal os forçava a um equilíbrio preciso. O mesmo ocorreu com Rilac, que, ao menos, ainda podia fazer algum esforço para controlar seu bicho com as rédeas. 

Mesmo mamutes temem caçadores inveterados. Sabiam exatamente o que se aproximava. Uivos eram ouvidos. Por toda a parte. 

— Deixem o mamute! — ordenou Oburloc aos seus homens. — Pulem! Não conseguirão domá-lo! 

Descer do seu animal se mostrou um pecado terrível. Rilac conseguia manter o domínio, mas sem Oburloc no outro, só restava aos demais calcularem bem o salto, pois um mamute exaltado poderia causar danos mortais, embora involuntários. 

O som da música sinistra era praticamente camuflado por uivos harmônicos. Não era apenas a comunicação entre os lobos. Eles faziam questão de intimidá-los, mostrando que não havia escapatória. 

— Ceored, Pherpe — gritava Rilac para os dois infantes próximos ao corpo de Edren — fiquem à vista dos arqueiros. Holcia, Lettnya — disse agora aos arqueiros que ainda conseguiam se equilibrar em seus postos. — Deem cobertura aos dois! Será impossível descer o mamute para resgatá-los agora. 

Ainda que mantivesse o controle, de fato, a deslocação do mamute variava entre a obediência e agitação. Rilac tinha muita dificuldade em domá-lo. 

Diferente da outra patrulha, os guerreiros de Oburloc tinham mesmo de arriscar e descer. O infante e o arqueiro da direita romperam a grade e pularam quase ao mesmo tempo, rolando na neve para diminuir o impacto. Com isso, saíram ilesos. Os da esquerda, no entanto, não tiveram a mesma sorte: foram virados por uma jogada brusca do mamute. A madeira se desprendeu, fazendo o cercado despencar com os dois. O berro de ambos indicava que não apenas o suporte havia se quebrado, como também alguns dos seus ossos.

— Garbryt, Nielfer, deem cobertura aos dois! — ordenou Oburloc, se referindo aos feridos estatelados.

Em meio aos uivos cada vez mais intensos e desordenados, a sensação de que todos estavam encurralados era terrível. Ainda assim, a lealdade prometida por Oburloc saía das palavras e se mostrava com atos. Os guerreiros se posicionavam em círculo, deixando Dotter e Liliel no centro. Eu estava cada vez mais convencido de que eram figuras honradas. 

Aos poucos, os uivos eram substituídos por ladrados. No entanto, a neblina também não permitia que o sinkrorbe me mostrasse de onde começaria o ataque. Eu também sentia a incômoda adrenalina que tomava os patrulheiros e as denins, mas sabia que a tensão não era maior que a dor que os caçadores cinzentos do norte poderiam provocar. 





(Continuem a partir daqui, Desirreé e Giovanna)

Complemento:

- Dotter sente o cheiro de muitos lobos, e não consegue precisar o número deles. Sabe, no entanto, que são muitos e que estão se aproveitando da neblina para atacar;

- Depois do alerta de Liliel para Oburloc, se Dotter pretar a atenção, também consegue ouvir a melodia. 


Última edição por A Lenda de Materyalis em Qua Abr 12 2017, 17:36, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Dotter Manen Ter Mar 28 2017, 23:23

Olhava para os lados farejando.

— Parece que ele não estava tão perturbado quanto pensei.

Agora podia ouvir a música e compreendia melhor a dimensão da habilidade da atacante.
A maldita controla os lobos com essa maldita música.

Olhou para Doloth e os mamutes, estes apavorados.

— Espero que apenas lobos. Infelizmente são muitos e os lobos daqui são enormes.

Prendia bem suas pernas na égua e ficava com a zarabatana em prontidão. Com sete dos guerreiros a pé, abandonar o local seria condená-los a uma morte agonizante nas presas famintas da matilha. Por mais que se ressentisse pela flechada, não estava disposta deixar que mágoa e rancor manchassem suas mãos e honra de sangue.
 
— Milady, se puderes concentrardes apenas na música, abatendo a fonte os lobos devem perder o ímpeto. Se o quê Edren disse for verdade, a fome deles já foi saciada.

mirou a perna ferida e para a algibeira. Por alguns instantes buscou sentir a própria energia kalaidrina e sentiu que ainda tinha o bastante para um único ataque. Não poderia desperdiçá-lo

— Cubam seus corpos como puderem, mas mantenham-se atentos. Tive uma ideia, mas pode dar muito errado se errarmos o tempo.

Ela própria jogava o capuz sobre a cabeça, não que o que pretendesse fosse afetá-la, mas como uma maneira de indicar aos demais o mínimo que deveriam fazer.
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Mensagem por Liliel Qua Mar 29 2017, 16:45

A tentativa de abandonar o local foi fracassada, os ventos continuavam seu percusso anormal e a elfa ainda encarava isso com um ar apreensivo, ela sabia que este era um sinal claro que a denin iria até o fim. Pela primeira vez a elfa sentia desconforto em ouvir uma música, diferente de todos ela estava calada e analisando o ambiente ao redor.

Encarava aquela melodia com algum tipo de sinalização, pois a notas variava em alguns pontos, seria um tipo de controle. Prestava atenção mesmo com a dificuldade por causa dos barulhos dos mamutes agitados e dos guardas, notava-se a concentração da elfa tentando buscar a fonte da música isso com sua espada em punho. Só não ativou o Metonyan, Liliel usava o reflexo da espada para ficar de olho em suas costas. Não ignorava os sinais que Doloth apresentava. Até perceber o obvio.

- É uma emboscada! Oburloc coloque os arqueiros em posição, estão ao nosso redor!

A Lady já dava sua ordem, o que ficava claro que ela iria avançar e deixaria os arqueiros em retaguarda. Pois podiam ter alguma vantagem. Deu o comando para Doloth avançar segurando firme em sua guia. Sinal que ela também pensou em ir atrás da fonte, alguns minutos antes

- Leve-me até onde abriga a melodia! - Falou para Doloth em elfico.


- Mê de o sinal. - Uma resposta curta e simples que mostrava que a elfa estava aceitando a ideia de sua parceira, ambas iriam trabalhar juntas.
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Mensagem por Dotter Manen Qui Mar 30 2017, 01:06

Segurava firme o ombro da colega ao ouvir a ordem de Liliel. Sair da posição descartava totalmente seu plano de envenenar os lobos quando esses atacassem.

- Se fizermos isso os homens ficarão a merce dos lobos.

Estava acostumada a agir sozinha. Ter que pensar numa estratégia que incluísse como os demais teriam que agir a deixava confusa por isso mesmo que não concordasse de imediato com a decisão da general, seu questionamento foi em voz baixa e não fez nenhum movimento que indicasse que impediria a égua seguir adiante, não que fosse capaz de evitar que Doloth obedecesse a mestra. 
Ajeitou melhor o capuz e  verificou se os soldados faziam o mesmo. não descartaria de todo o plano. Mas afinal, porque questionava? Liliel era uma general, generais comandam tropas. Não chegara ao posto pelos belos traços élficos.

- Se pegarmos a Denin antes, ótimo. Mas se não a encontrarmos a tempo, eles estarão condenados.

Talvez não fosse má ideia dividir a atenção da atacante, mas Dotter também se sentia com a atenção dividida. Seu senso de justiça não lhe permitia pensar estrategicamente: usar os homens como distração, talvez sacrificá-los para derrotar a denin e se salvarem. Parecia um pensamento que os piores Rimertistas teriam, aqueles que a fez rechaçar a ideologia de sua família.
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Mensagem por Liliel Qui Mar 30 2017, 12:16

A Elfa sentiu o segurar de Dotter no ombro mas esta ainda devia não ter compreendido a razão da qual a mesma partiu para o ataque. Apesar de não a ter questionado sabia que aquele comentário vinha de uma visão ingenua que chegava o momento que tinha que por um basta nisso, as coisas agora tinham que ser do seu jeito.

- Você é muito tola Dotter, não percebeu que sua escolha nos trouxe essa consequência? Você ignorou minhas ordens e este é resultado. Enquanto não perceber que estamos em guerra você vai continuar se condenando e a todos a sua volta.

A Lady não a olhou mas sua resposta foi curta e direta. Apesar de sua calma natural, a voz da elfa já mostrava farta. Apesar de lhe dado a chance de trabalhar juntas ela ainda hesitava e isso estava começando a irritar a elfa, algo tão raro.


- Agora vai ser do meu jeito. Ficar parada esperando não é o meu forte, acredite neles também. Se não me ajudar ambas iram morrer, então é tudo ou nada. Está comigo ou não!?
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Mensagem por Dotter Manen Qui Mar 30 2017, 23:20

Os dedos de Dotter crisparam-se brevemente, apertando com um pouco mais de força o braço de Liliel para logo em seguida soltá-lo quase como se tivesse tocado em uma das mortais serpentes do rio Majara que segundo pescadores poderiam matar as presas com um toque, ou mesmo paralisar ou fazer parar por um momento o coração de um forte majurk.

Um segundo, ou menos que isso era o tempo em que a guardiã paralisara pelas palavras de desdém da elfa. Recolheu a mão e respirou fundo e devagar aprumando o corpo.

- Como queira milady. São seus homens.

        Eles, não eu.


As palavras saiam baixar, claras, pausadas. Seguiam o ritmo lento e cadenciado de sua respiração.

- Aguardo vossas ordens.

      Por hora.
 
Pelo sinklorbe era possível ver o olhar fixo da majurk sobre o ombro da elfa aliankina. Um olhar calmo demais para a situação. O tipo que qualquer marjuk tentaria não ter sobre si. Raiva represada. A torrente do degelo a ser contida por frágeis gravetos. Era a segunda vez em poucas horas que aquela mulher lhe testava o equilíbrio.

- Confio que a Lady encontrará o caminho.

     Espero que não seja para nossas mortes.


Acusar e humilhar um majurk nunca era uma boa ideia, muito menos com alguém por perto para testemunhar. A elfa não sabia, mas um Slandralino quando chega a seu limite pode revelar-se o mais mortal dos quatro clãs. A elfa estava com sorte, por enquanto.

Respirou fundo mais uma vez e olhou justo na direção do sinklorbe como se soubesse que alguém ali a observava. Apenas uma coinscidência. Na verdade buscava um sinal de esperança na forma de uma coruja que nunca mais vira desde que encontrara Nylian. Bons presságios. Buscava em vão.

- Hañiy Ethor

“Cubra-me com suas asas”. Era a tradução mais aceita para a prece de proteção usada tanto por teyonistas, referindo-se a Materyon e seus artanis, como por monbranistas convictos da inexistência de deuses. Dotter usava a entonação mais antiga denotando uma real e inesperada reverência.
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Mensagem por A Lenda de Materyalis Sex Abr 07 2017, 15:39

Considerações off

Meninas, fiz algumas alterações no método de post neste turno. Então, atenção:

Vocês notarão que já acrescentei no meu turno as falas das personagens, que antes eram omitidas e só exibidas no documento em Word. Para facilitar o entendimento do que Harcos vê, notem que os comentários sobre os últimos turnos realizados são feitos na minha ação.  

Próximo turno no fórum dia 10/04, segunda-feira. Favor realizar as ações até as 23h59 de domingo, 09/04.

Vamos ao jogo:






Nona visão: Dotter e Liliel

Caçadores cinzentos do norte

— É uma emboscada! — gritou Liliel. — Oburloc, coloque os arqueiros em posição! Eles estão ao nosso redor!

A elfa tomava sua posição de líder. Qualquer guerreiro em Aliank confiaria em seu julgamento. Suas deliberações certamente levariam mais esperança de sobrevivência para os combatentes acuados, dando-lhes força para resistir às armadilhas de suas mentes mal sugestionadas pelo perigo. 

— Patrulheiros, formem a estrela de seis pontas! — gritou Oburloc, após a ordem da elfa. — Rilac, translação estelar! Inicie do poente oeste! 

Em princípio, eu apenas identifiquei que a frase indicava uma defesa ensaiada. Após isso, o sinkrorbe permitiu que eu vislumbrasse a rápida - e impressionante - organização dos guerreiros, que, mesmo com duas baixas, estavam em total sintonia. 

Nielfer, o arqueiro de Oburloc, apontou sua flecha para o norte. Os arqueiros de Rilac, Lettnya e Holcia, direcionavam suas armas para o sudeste e sudoeste, respectivamente. 

Os infantes fizeram apenas o inverso. Garbryt tomou o lado sul, enquanto Pherpe e Ceored apontaram suas espadas para o nordeste e noroeste. 

Com isso, sem ignorar a primeira ordem de Oburloc em não abandonar os feridos, cada guerreiro cobria uma ponta. Embora os arqueiros não dessem total suporte aos infantes, a estrela de seis pontas era suficiente para manter os abatidos no centro, protegendo-os em todas as direções. Ficavam a cerca de três braças deles, assim como de Doloth, que logo seria usada por Liliel.

Também compreendi facilmente o código de formação revelado por Oburloc a Rilac. O primeiro se fixou no flanco leste, se mantendo diagonalmente a três braças de distância em relação a Pherpe e Lettnya, enquanto o outro, que ainda insistia em usar o mamute, cobriu o oeste. Diferentemente dos demais, eles não permaneciam parados. Se deslocavam em movimento circular em relação à estrela de seis pontas, justificando o código "translação estelar". Astrônomos aliankinos humanos costumavam dizer que Hedoron é um grande corpo esférico que gira em torno do sol, fazendo um ciclo que chamavam de translação hedorin. Tal ideia foi refutada pela família real, que determinou, através da inquisição, a pena de morte por heresia aos estudiosos. A religião teryonista afirma que Materyon é o deus que move a luz ao redor do mundo e, devido a cisão de Materyalis, sua força dividida deu lugar a Marilis, a entidade que espalha as trevas quando o poder divino enfraquece. Tal mito desmentiria a ideia de que a noite existe devido a um fenômeno natural diário. Porém, a teoria dos homens sobreviveu entre os emylistas, que usam os mesmos termos em analogia à organização de seu grupamento militar. Não é possível que palavras usadas por pretensos ímpios denominassem uma formação no exército aliankino. Portanto, era mais um indício de que os patrulheiros compartilhavam a ideologia de Liliel e Dotter. 

— Parece que ele não estava tão perturbado quanto pensei — disse Dotter, que demonstrava agora também ouvir a melodia. — Espero que sejam apenas lobos. Infelizmente, devem ser muitos e os canídeos daqui são enormes.

Em seguida, a guardiã suegeriu à Liliel:

— Milady, se puderes concentrardes apenas na música, abatendo a fonte de quem os controla, eles devem perder o ímpeto. Se o que Edren disse for verdade, a fome deles já foi saciada.

— Tudo bem. Caso note algo incomum, me dê um sinal — consentiu Liliel. 

Sem demora, a majurk gritou aos presentes, instruindo-os sobre uma ideia que, para mim, ainda era obscura:

— Cubram seus corpos como puderem, mas mantenham-se atentos! Tive uma ideia, mas pode dar muito errado se errarmos o tempo!

A majurk jogou o capuz sobre a cabeça. Fez o que ela mesma instruíra. Seu conhecimento do den natrakan não a livrava da nocividade daquilo que preparava para combater os carniceiros. Dentre os demais, o único que precisou se equipar novamente foi Oburloc, que recolocou o elmo e o capuz. 


— Rigaro aka nosile — sussurrou em élfico para a égua, algo que, traduzido para o hedorin, significava: Leve-me até a melodia. 

Doloth não partia imediatamente. A égua novamente girava o corpo ao redor de si, tentando rastrear a denin. Aproveitando-se disto, Dotter colocou a mão no ombro de Liliel, mostrando que havia entendido a ordem da companheira, ainda que falada em élfico. 

— Se fizermos isso, os homens ficarão a mercê dos lobos — murmurou a guardiã, se referindo provavelmente à ideia de que teriam de sair do lugar, já que ela mesma instruíra Liliel a romper a raiz da manipulação melodiosa. — Se pegarmos a denin antes, ótimo. Mas, se não a encontrarmos a tempo, eles estarão condenados.

Dotter parecia ponderar o fato de que as duas eram denins e que, portanto, seriam a melhor forma de proteger os guerreiros, ainda que eles se esforçassem ao máximo para fazer isto por elas. Mais uma vez, mostrava sua hombridade e preocupação com aliados. Não pretendia usá-los como iscas fáceis dos lobos. Talvez estivesse os subestimando, mas se portava com a honradez que faltava em muitos teryonistas na atualidade. 

— Você é muito tola Dotter — respondeu Liliel, de uma maneira que me surpreendeu muito mais que a repreensão que dera na majurk há pouco. — Não percebeu que sua escolha nos trouxe essa consequência? Você ignorou minhas ordens e este é o resultado! Enquanto não perceber que estamos em guerra você vai continuar condenando a si, e a todos a sua volta!

Não houve uma troca de olhares. Liliel permanecia atenta às direções quase aleatórias que Doloth apontava. Sua voz, embora inalterada, tangia ferinamente.

— Agora será do meu jeito! Parar e esperar não é o meu forte. Acredite neles também. Se não me ajudar, ambas morrerão, então é tudo ou nada. Está comigo ou não!?

A mão de Dotter deixou o ombro da elfa. Era como se tivesse tocado no couro das serpentes do longínquo rio Adusto, cujas águas cálidas sustentam estes perigosos répteis, dotados com um veneno mortal que exala do corpo, e não das presas. Os pescadores majurks costumam dizer que o mais breve contato com elas significa contrair uma substância capaz de provocar um calor corpóreo semelhante às chamas do vulcão Majara, ou, para os mais hiperbólicos, do fogo do Inferlis. Pragmaticamente, uma febre rápida avança nas vítimas, matando-as velozmente. E, tão vertiginosa como a morte provocada pelos seres peçonhentos das torrentes nortenhas, caíam os planos da guardiã, agora tomada pelas chamas das palavras duras que atingiam em cheio qualquer majurk. Mesmo os menos orgulhosos. 

— Como queira milady — respondeu respirando fundo e devagar, aprumando o corpo. — São seus homens. Aguardo vossas ordens. Confio que a Lady encontrará o caminho.

Não eram. Como dito por Oburloc, pertenciam a uma guarnição independente. Na verdade, poderiam fazer o que bem entendessem, cientes das consequências em desobedecer a mais alta oficial da cavalaria aliankina. 

Parecia-me que aquilo não terminaria bem. O ruído perturbador dos ventos devia, ao menos, ter anulado os ouvidos da patrulha, aniquilando a chance de haver testemunhas de um clima acerbo entre duas denins. Eu não podia deixar de pensar nos desdobramentos que aquilo podia ter ocasionado, ou que ainda poderia gerar. Numa rápida associação, imaginei Edren no lugar de Dotter. Como um umshino se comportaria ao ser chamado de tolo? No mínimo, com uma jogada violenta, ignorando os mandamentos teryonistas já tão distorcidos em Aliank. Talvez, duas sílabas e quatro letras fossem suficientes para gerar uma metamorfose descontrolada e uma batalha cujo fim só seria alcançado quando um duelador caísse morto. Talvez, um dos motivos de Berong escolher Dotter para o ofício de guardiã foi o seu autocontrole. Creio, também, que o emylismo fez a diferença para que a batalha nos campos de neve não começasse em cima do lombo de Doloth. 

A égua, enfim, parara. Mais uma vez, diante do norte. Hesitava. Enquanto isso, posso dizer que, pela primeira vez, tive real contato com Dotter. As visões do sinkrorbe revelavam um futuro próximo. Era impossível que ela soubesse que eu a observava, mas seus olhos caçavam um refúgio invisível. Naquele instante, o cristal fez com que ela me olhasse. Senti um vazio frio e distante. Um apego ao nada, tal como fazem nossos ancestrais ursídeos, que ainda hibernam no inverno. Ela buscava uma companhia, um suporte, algo que nem eu, ou mesmo um artefato ligado ao Sinkra, poderia lhe dar. 

— Hañiy ethor — murmurou mais uma vez. Não era em élfico, ou majurkês. Não fosse uma frase tão famigerada, eu não saberia a acepção das palavras. Uma prece teryonista para os artanins, pedindo cerimoniosamente para que fossem protegidos por suas asas douradas. Mais um apelo para que o deus benévolo enviasse providência através de seus servos. Resquícios de um teryonismo em torpor. 

— Um vulto correu para o norte! — alertou Oburloc. 

Antes que Doloth seguisse em direção ao norte, a égua parou o galope. Estava tensa, e levantou-se nas patas traseiras, dando trabalho para que Dotter se segurasse. Inquieta, empacou. Sua reação corroborava o sinal de Oburloc. Todavia, não era a denin. Seus lacaios ferais começaram a investida. 

Nielfer foi o primeiro. A flecha que apontava para o norte foi suficiente para lhe garantir um reflexo, a ponto de virar brevemente para o seu flanco esquerdo e atirar na cabeça de um lobo cinzento revestido pela couraça da neblina. Já se preparava para saltar sobre ele, mas a seta fora disparada bem a tempo. Todavia, não foi suficiente para conter sua dupla, que derrubou o arqueiro pelas costas e, com sua habilidade sanguinária, o mordeu na primeira parte vulnerável da armadura que encontrou: o pescoço. 

Tudo acontecia muito rapidamente. Perto de Nielfer, Oburloc correra em seu socorro. Estocou o dorso do animal com o gume, se livrando do segundo lobo. Porém, a alcateia só estava começando. 

Retirando a espada banhada pelo vermelho vívido do sangue lupino, Oburloc se virava para o nordeste, onde ouvia claros ladrados se aproximando. Precisava se defender, embora ainda não fosse capaz de enxergar os inimigos. Desta vez, não poderia ajudar os demais, que também eram atacados. 

Pherpe, que cobria o leste, foi hábil. Com um golpe, evitava uma ofensiva semelhante à dada contra Nielfer. Um lobo vindo da sua destra saltara sobre ele, mas o guerreiro se virou em tempo de virar e cair com a espada enterrada no pescoço do animal, empurrando o cadáver contra outra fera que vinha do lado oposto. Foi o suficiente para permitir que Lettnya, ao seu lado, atingisse o carniceiro com uma flechada certeira no crânio. Mas, infelizmente, o bom ato trouxe uma consequência mortal à arqueira, que foi derrubada de lado por outro oportunista. Este a anulou mordendo seu pescoço. A violência do ataque foi intensificada pela vinda de outro canídeo voraz, que atacou a perna da arqueira. Ouviu-se o grito do guerreiro que chamava desesperado por sua aliada. Porém, sua voz não tinha poder para trazer seu espírito de volta à vida. 

Garbryt, o infante na ponta sul da estrela, foi o que melhor se saiu entre eles. Também fora atacado por dois lobos simultaneamente, mas recuara, atraindo os dois para si. Previra bem a intenção da investida deles. Enquanto um deles saltara, o outro, que pretendia atacá-lo por baixo, foi atingido por um corte horizontal da espada, enquanto habilmente o guerreiro se esgueirou para a direita, fugindo da investida saltitante. Quando seria atacado novamente, teve apenas o trabalho de girar o corpo já com a espada em movimento, cortando a cabeça do lobo diagonalmente. 

Com o mamute em movimento, Rilac conseguiu usar a montaria em seu favor. Antes que outros quatro lobos chegassem em Holcia e Ceored, uma das presas de marfim foi suficiente para jogá-los longe, com apenas um impulso gerado pelo movimento diagonal da enorme cabeça. Não foi o bastante, contudo, para conter a aproximação de outros dois, que conseguiram evitá-lo e atacar Ceored, que, distraído com a força do paquiderme, foi rapidamente levado ao chão, sendo desarmado por abocanhadas no braço esquerdo e outro na perna direita. Era mais uma vítima que produzia gritos ecoantes pelos ermos.  

Embora protegidas, Liliel e Dotter já podiam ver os buracos na estrela de seis pontas. Mesmo nos contos mais assustadores do Condado sobre os caçadores cinzentos, eu jamais soube que existiam alcateias tão grandes. E não parecia terminar ali. Só esperava que o desentendimento entre as emylistas terminasse de uma vez e as visões parassem de tingir meus olhos de escarlate. 


(Continuem a partir daqui, Desirreé e Giovanna)

Complemento:

- Enviei pra vocês, no nosso chat do Facebook, duas imagens. A primeira, mostra o esquema da estrela de seis pontas em seu posicionamento inicial. A segunda, mostra o resultado dos ataques dos lobos no primeiro turno. Tudo isso para facilitar a noção de vocês na conjuntura da ação. Qualquer dúvida, basta perguntar por lá. 


Última edição por A Lenda de Materyalis em Qua Abr 12 2017, 17:45, editado 4 vez(es)
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Mensagem por Liliel Dom Abr 09 2017, 20:15

- Woo!

A elfa tentava acalmar Dollot que estava tentando avançar e se assustava naturalmente com os avanços dos lobos, que vinham em números menores. Tentava fazer que ela recobrasse a postura, pois sabia que nas condições da marjuk, apesar da repressão ainda a Lady mostrava preocupação . Via que os lombos estavam os cercando pelos lados, aos poucos tentando quebrar as barreiras para tentarem chegar no núcleo, o que indicava que os lobos agiam sobre uma tática. O que aumentava mais a certeza que só podia ser a denin por trás disso.

Ver seus homens serem derrubados lentamente lhe dava mais agonia apesar de sua expressão gelida, precisava agir de dentro para fora, ela olhou para trás sem abaixar sua guarda.

- Sua força será necessária para o êxito neste momento, teria como utilizar suas habilidades de criar algo para disfarçar o cheiro?

Em seguida voltou para os demais.Dando nova ordem e tentar avançar. 

- Homens fiquem firmes! Mantêm-se unidos vamos avançar! Parados aqui seremos alvos fáceis e seremos consumidos pela alcateia. Formação ponta de flecha.


Mesmo estando em desvantagem, a elfa não iria facilitar mais os avanços do inimigo. Contava com um trabalho de todos, inclusive de Dotter, sabendo de suas habilidades contava com está também. 
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Mensagem por Dotter Manen Ter Abr 11 2017, 23:46

Rosnou estava aborrecida por ter permitido que sua raiva a distraísse do ataque iminente. Ergueu a zarabatana, mas demorou demais para conseguir um ângulo contra os lobos que cercavam Ceored. O dardo cantou no ar em direção ao pescoço do lobo que mordia o braço do arqueiro. Talvez esperança de que o arqueiro houvesse sobrevivido a primeira investida das feras e uma mordida jugular  fosse evitada? Dificilmente. Dotter sabia os lobos eram rápidos e certeiros em abater suas presas. Tentava somente se livrar de um dos canídeos antes que este fizesse uma nova vítima.

-Mas...

Segurava um rosnado entre os dentes enquanto recarregava a zarabatana com outro dos longos dardos e pensava em como seguir a ordem da Lady.

-Não é bem assim que meu den funciona.

Murmurou irritada e tentou acertar o segundo lobo que devorava Ceored. Falara baixo então não ficou claro se estava se direcionando a Liliel ou pensando mais alto do que deveria. Certamente a elfa conseguiria ouvir o muxoxo da majurk que apesar disso começava a se concentrar.  Estava fraca então seu próximo golpe natrakan possivelmente seria o último que poderia dar.

Havia concordado em obedecer Liliel então em vez de uma técnica ofensiva, faria o disfarce como solicitado. Tomou para si não um veneno, mas as substâncias das languidas coníferas dos arredores. Ela própria passou a exalar a fragrância típica da vegetação local, mas logo o perfume se impregnaria em cada um dos aliados ali presentes inclusive os animais.

Como precisava absorver para depois exalar a substância, os demais teriam que cuidar para que nenhum lobo a atacasse enquanto estivesse se concentrando.
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Nona Visão: Caçadores cinzentos do norte - Página 2 Empty Alfa Lupgran

Mensagem por A Lenda de Materyalis Qui Abr 13 2017, 18:52

Considerações off

Próximo turno no fórum dia 17/04, segunda-feira. Favor realizar as ações até as 23h59 de domingo, 16/04.

Vamos ao jogo:






Nona visão: Dotter e Liliel


Caçadores cinzentos do norte


O primeiro intento de Liliel era acalmar Doloth. Seus movimentos bruscos e intensos nas rédeas revelavam um trabalho árduo. Sua maior aliada estava nervosa e seria uma presa fácil para tantos lobos. Era necessário se resguardar dos pontos agora vulneráveis na Estrela de Seis Pontas. 

— Sua força será necessária para o êxito neste momento — disse a elfa para Dotter, virando brevemente a cabeça de soslaio — Há algo que possa criar para disfarçar o nosso cheiro? 

A pergunta saiu quando a majurk estava atenta à situação de Ceored. Esforçava-se para erguer a zarabatana e angular um tiro contra os lobos que o subjugavam. Seu êxito fora alcançado inicialmente contra aquele que mordia o braço do humano. Mesmo com todas as adversidades ambientais, um dardo voou certeiro no pescoço do animal. O guerreiro teve tempo de jogar o corpo da criatura peluda para o lado, mas decerto não previra que sua próxima visão seria a última. O lobo que atacara sua perna pulara sobre ele, com a bocarra aberta rumo à sua jugular. A chance de sobrevida aberta pela guardiã foi em vão. 

— Mas... — respondeu Dotter, segurando um rosnado entre dentes ao ver o fim trágico de outro aliado. — Não é bem assim que o meu den funciona. 

A segunda frase saiu murmurada. Na verdade, não identifiquei se ela realmente estava a direcionando para Liliel. Era possível que estivesse pensando alto, enquanto carregava um segundo dardo contra o verdugo de Ceored, também brilhantemente abatido. 

— Homens, fiquem firmes! — gritou Liliel, avançando com a estratégia. — Mantenham-se unidos! Vamos avançar! Parados aqui somos alvos fáceis e seremos consumidos pela alcateia! Formem a Ponta de Flecha!

A ordem era de uma nova composição. A organização da Ponta de Flecha era bem mais óbvia que a Estrela de Seis Pontas, e também de execução mais simples. No entanto, ao que eu deduzia, o foco dos patrulheiros foi diferente do pretendido por Liliel, que tentava avidamente encontrar a denin pelo norte. Para eles, "avançar" significava partir ao Baluarte de Chak, o que em tese denotava retornar para o leste. 

— Reagrupar! — instruiu Oburloc. — Vocês ouviram a Lady Liliel! Assumirei a ponta leste! Pherpe, troque comigo! Garbryt, mantenha posição! Holcia, assuma a minha retaguarda! Agora! 

Apesar de não mencionar uma função para Rilac, o próprio determinou o que faria. 

— Estarei na retaguarda — disse, já controlando o mamute com facilidade. — Avancem tranquilamente! 

Era evidente que os ataques não cessariam para atender ao reposicionamento dos guerreiros. Como previsto, Oburloc recebera a investida de outros dois carniceiros. Corriam lado a lado, mas, ainda a uma distância considerável, se separaram. Usando convenientemente a neblina, um dos lobos contornou o guerreiro, desaparecendo novamente de sua vista. O outro saltou sobre o líder, que não conseguiu evitar o impacto. Todavia, era mais experiente que os demais. Usou o antebraço direito como escudo. Gritara de dor, pois a parte inferior do membro não era protegida pela braçadeira. Aguentou firme, enquanto dedilhava a neve procurando pelo cabo da espada, que havia caído. Sabia que o predador queria seu pescoço, e se esforçava para contê-lo a tempo de pegar sua arma. E, quando já não aguentava mais, viu os dentes salivantes da criatura se aproximarem de seu rosto. O hálito quente exalava morte, mas a boca caía sem vida sobre ele. O veterano conseguira cravar a lâmina no mesmo lugar mirado pelo adversário animalesco. 

Oburloc precisava se livrar do corpo. O outro lobo não desistira. Mas uma seta poderosa atravessou a cabeça da nova ameaça. Era Holcia. Fizera a proteção do aliado mesmo antes do esperado. 

Não houve palavras cordiais. Trocaram olhares curtos, como se suas mentes transportassem a mensagem de gratidão num entendimento abstrato. Corriam para os seus novos postos, mas nem todos estavam prontos. Enquanto reagrupavam, Lettnya era vingada por Garbryt. Ao menos um deles foi pego de surpresa, sendo decapitado enquanto ainda mordia a arqueira. O outro, verdadeiramente responsável pela baixa, tentou atacar a perna esquerda do guerreiro, que foi empurrado e caiu, mas reverteu a desvantagem. Quando o lobo armava a fatalidade, ouviu um som metálico sendo puxado de algo dentro do manto semiaberto de sua vítima. Depois, seus sentidos apagaram. A lâmina de um punhal fora cravada em sua testa. 

Não havia terminado. Mais uma dupla canídea se aproximava. Trariam muitos problemas para Garbryt, que, mesmo sendo habilidoso, poderia não se recuperar a tempo. Felizmente, havia alguém em seu socorro. O mamute de Rilac seguiu ferozmente com o brado de seu líder. Inclinou a cabeça para baixo, indo de encontro às criaturas, que foram jogadas para o alto com o impulso das presas. Ao cair no solo regelado, já não tinham reação alguma. 

— Rápido! Posicionem-se! Não sabemos quantos ainda virão! — gritou Oburloc.

Ao menos naquela leva, não houve baixas. Holcia armou o arco, e apontava sua flecha diagonalmente em relação a Oburloc. Com Pherpe e Garbryt cobrindo os eixos oeste e leste, respectivamente, a Ponta de Flecha estava completa. 

— Tem a nossa cobertura, Lady Liliel — findou Oburloc. — Avance como desejar! 

Na verdade, não avançaram. Esperavam agora que Liliel agisse como batedora. Desta forma, ainda protegiam também o infante e o arqueiro feridos, mas ainda vivos. 

Rilac recuou o mamute. Livre da formação, analisava a retaguarda. Não vira lobos se aproximando, mas ficara estarrecido por algo que logo o sinkrorbe me relevaria. 

— Cuidado! O alfa é um lupgran!

Senti minha espinha gelar. Não era pela parede fria da caverna. Nenhum viajante das montanhas ignoraria aquele alerta de Rilac. Não alguém em sã consciência. 

Uma silhueta enorme e sombria se erguia sobre o corpo de Edren. Caso se levantasse nas patas traseiras, sua altura passaria de duas braças. Um exterminador edaz, inspirador de contos terríveis, capaz de acovardar aventureiros demasiadamente audaciosos. Para o azar dos presentes, a ameaça não estava em formato de cânticos ou de histórias contadas em rodas. O assassino era real. Palpável. Mortal. 

Não devorava o majurk. Farejava cada ulna do cadáver. Virava-o com incrível facilidade. Era como se procurasse por algo, porém, logo parou. Se a minha dedução estivesse correta, ele nada encontrou. Então, mudou o foco. Notara que fora descoberto. Ergueu a cabeça. Encarou Rilac. Não se intimidou com o mamute. 

Os guerreiros não se viraram. Suavam no frio. Cada um tinha sua posição a cobrir. Não podiam hesitar. Se fossem minimamente conhecedores das histórias sobre os lupgrans, saberiam que alfas formavam casais e eram extremamente zelosos com sua alcateia. Então, o que estavam fazendo? Um estava sob a ótica de Rilac. E o outro? Preparava uma desforra pelos subalternos derrotados?

Avançar ou esperar? Liliel seguiria seu plano, considerando a possibilidade de haver outros lobos menores para abrir caminho aos gigantes, ou mesmo ser surpreendida por um lupgran? A pressão a levaria a um raciocínio precípite? Perguntas que seriam brevemente respondidas com atos. 

Paralelamente, via algo que os homens não podiam. Um fluido de energia arroxeado saía das coníferas lânguidas dos arredores em direção à Dotter, trazendo substâncias estranhas a mim. Ela tomava kalaidrin para si. Começava a atender o pedido de Liliel. 



(Continuem a partir daqui, Desirreé e Giovanna)

Complemento:

- Liliel não sabe quase nada sobre lupgrans, além do fato de serem lobos gigantes. Já Dotter tem plena noção que, se um alcateia liderada por uma criatura desta for abatida, eles se enfurecem e atacam. Geralmente, uma alcateia é formada por um casal de alfas, dedução que faz Dotter perceber que terão de lidar com duas criaturas destas;

- No Condado, costuma-se dizer que a única maneira de sobreviver a um lupgran é assumindo a forma bestial, ou ser um denin. Liliel não tem o conhecimento desta ideia;

-  No chat do Face, enviei a atualização do ambiente, conforme a formação da ponta de Flecha. 


Última edição por A Lenda de Materyalis em Seg Abr 17 2017, 17:49, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Liliel Sex Abr 14 2017, 13:03

Por um curto tempo ganharam um pouco de sossego dos ataques, a Lady não fazia ideia do que eram aqueles lobos mas uma coisa ela percebeu que estavam voltando a se coordenar para um próximo ataque e talvez pior, e o número de feridos era alarmante. Naquela pequena ventagem a Lady voltava a pensar em outro jeito, sabia que ainda estavam em zona de perigo. Precisavam avançar de qualquer jeito, mas mudar a tática seria o essencial.

Ela ouviu o comentário baixo mas não se manifestou a respeito. Precisava guiar aqueles homens. Aproveitou que não havia mais lobos por perto para a próxima estrategia.

- Devemos mudar nossa posição, logo viram mais!

Virou-se e viu o Mamute em seguida passou seus olhos, vendo quantos homens ainda tinham.

- Homens vamos mudar, Dotter preciso que suba nos mamutes e ajude os arqueiros com sua zarabatana, ali vocês terão um campo maior de visão e podem abrir caminho. Eu e os demais vamos formar um circulo a frente e proteger qualquer ataque. Aguentem firme e tenham fé!


Feito isso ela é a primeira a abandonar a égua e servir de apoio para a marjuk descer, não tinha segredos precisavam aproveitar aquele momento para a troca de posição e voltar a se armar. Quanto mais cedo deixassem aquela aria melhor.
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Mensagem por Dotter Manen Seg Abr 17 2017, 00:20

Embora ouvisse a conversa dos aliados, seu olhar parecia perdido nas folhas de abetos e pinheiros. O brilho rosáceo suave de seus olhos era visível pelo sinkrorbe. Se não fosse um momento tão tenso Harcos poderia se entreter comparando a cena à singela dança com fitas que alguns clãs realizavam nas comemorações de família ou aldeia, com a diferença que Dotter era a única dançarina e usava apenas os dedos. 

Erguia a mão direita com delicadeza e gesticulava os dedos lentamente o ar, enrolando os fios de kalaidrin puro entre eles. Levava mais tempo do que normalmente o faria pois pretendia usar o efeito em uma quantidade considerável de pessoas. Liliel sentiria o odor fresco emanar com força de Dotter, leve notas adocicadas, nada humano, élfico ou metamorfo teria um cheiro assim. Era como se recostar em um laçado de ramos frescos sem sentir o espetar das pequenas folhas agulhares.
 
A respiração acompanhava o ritmo da música silenciosa que seus dedos dedilhavam. Quase chegou a sorrir, mas não se deixou perder no êxtase que aquela interação com a natureza pura lhe trazia. Omaru havia cuidado para sanar essa falha em seu treinamento original.

-Não mergulhe na alma da mata.

Sussurrava o lembrete para si em um dialeto que os felídeos usavam para conversar com os majurks.

Sentiu a General descer, porém não a olhou tão pouco se moveu de seu estado de transe.A Denin interiorizava as propriedades da mata boreal até que os fios castanhos-avermelhado de seu cabelo tornaram-se brilhantes como aqueles que ela tecia entre os dedos.

A guardiã recolheu as mãos e ainda com o olhar vago olhou para cada um dos aliados. Ao fechar os olhos a energia acumulada foi expelida chegando a erguer um pouco os fios de seu cabelo como atingidos por uma brisa mais forte. Liliel sentiria a emanação de energia soprar em seu pescoço, um arrepio se espalhar refrescando todo seu corpo. Logo os demais também sentiriam ser envolvidos mesmo por dentro das vestes pelo toque suave. O mamute e a égua nunca teria cheirado tão bem.
Quando abriu os olhos novamente eles haviam retomado o verde original ainda que suas madeixas cintilassem levemente para o Sinkrorbe. Estava feito. Agora poderia se envolver na conversa.

- Milady, temo que não saiba o que é um lupgrans.

A voz saiu tão leve que mal parecia ter quase avançado no pescoço da outra a poucos instantes. Havia retomado seu equilíbrio. Quase outra pessoa.

-Não se foge desta fera. Não se pode fugir. São os mais rápidos e mais velozes. Os mais vingativos e vorazes.

Fez uma breve pausa farejando o ar.

-São sempre em par. O casal Alfa. Uma fera amedronta e espanta suas vítimas para as presas devastadoras se seu par.

Olhou as árvores ao redor e por um instante esqueceu que não era ela a dar as ordens ali.

-Subam nas árvores ou mamutes. Lobos não sabem escalar árvores, mesmo os lupgrans. Arqueiros fiquem atentos... Se um dos infantes souber usar uma zarabatana pode tomar a minha.

Desceria da égua e entregaria sua arma e aljava de dardos para Liliel. Sutilmente afrouxava as fivelas de suas vestes antes ocultas pelo manto. Um Majurk sabia o significado daquele gesto. Se preparava para entrar na forma ursídea a qualquer momento. Os pelos de suas orelhas e mesmo seus cabelos pareciam ouriçados. Evitou apoiar a perna ferida. Teria as outras 3 patas como sustentação quando fosse a hora...depois...depois dependeria dos aliados, ou da boa vontade de Materyon.
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Mensagem por A Lenda de Materyalis Ter Abr 25 2017, 17:27

Considerações off

Meninas, algumas observações:

- Realizei algumas alterações no turno da Liliel, para a cena fazer sentido. A elfa pretendia fazer um círculo na frente do mamute de Rilac, sendo que não haveria um outro componente do grupo para fazer essa formação. Sendo assim, coloquei que a própria Liliel sugeriu assumir a ponta leste, completando o círculo. Como Dotter não seguiu sua ordem, então mudei também para que Oburloc ordenasse a Holcia, a única arqueira disponível, corresse para o mamute, tomando o lugar que seria de Dotter com a zarabatana;

- Outra coisa importante: tanto Dotter como Liliel mencionaram "subir em mamutes". Mas, como falei pra vocês no chat e também já tinha sido descrito aqui, apenas Rilac está em cima de um. O outro, que era montado por Oburloc, fugiu. Neste caso, só o mamute de Rilac está disponível, e lembrem-se que o único lupgran que apareceu até agora está de olho nele;

- Notem que a conjuntura do turno não avançou muito, devido a técnica usada por Dotter, que fez com que todos ganhassem tempo. 

Qualquer dúvida na conjuntura abaixo, me perguntem no chat.

Próxima formulação de turno no fórum dia 28/04, sexta-feira. Caso realizem as ações até amanhã, 23h59, adianto a formulação do meu turno na quinta.

Vamos ao jogo:





Nona visão: Dotter e Liliel

Caçadores cinzentos do norte


O olhar da majurk parecia perdido nas folhas sovadas de abetos e pinheiros. Um brilho rosáceo suave pairava sobre as íris. Erguia a mão direita, mexendo os dedos com uma delicadeza anômala à rudeza dos gestos majurks. Daquele ato, fios de puro kalaidrin tremulavam como fitas cuidadosamente bordadas por elfos, importadas ao povo das montanhas para a Dança das Curvas, festividade do Condado que comemora a chegada de uma nova estação nos solstícios e equinócios. Dada a minha missão, eu lamentava por não ver as belas faixas de cetim branco que cirandavam na noite daquele inverno entre as tocas das famílias ursídeas. Talvez, minha missão venirista jamais permita que eu presencie uma solenidade tão agradável, com cores que variam em tons conforme a época. O cinza do outono, o rosa da primavera, o amarelo do verão. Todavia, nunca houve um roxo. Era como se Dotter criasse um quinto ciclo, usando um novo pigmento e, ao mesmo tempo, me desse a oportunidade de estar novamente entre a cultura dos meus irmãos. 

Eu podia ouvir a respiração da guardiã acompanhando o ritmo silencioso das linhas kalaidrinas, manipuladas pelos dedos como fantoches. Parecia entrar em êxtase naquele ritual tão casto. 

— Nelhü tanca rapka — disse ela suavemente, em um dialeto que, para mim, era totalmente estranho. Peço perdão aos irmãos veniristas, pois, talvez, estas palavras também não estejam corretas. 

As poucas árvores que compunham o campo boreal doavam seu kalaidrin à Dotter, que o interiorizava. A medida que isso acontecia, seus cabelos castanho-avermelhados tornaram-se tão brilhantes como estrelas num céu negro e limpo, se erguendo como se fossem atingidos por um lapso rápido de ventania. A energia se estabeleceu em suas mãos, que, então, foram fechadas. A natrakan pegara tudo o que recebera com bastante propriedade. Seus olhos vagaram pelo ambiente. Primeiro, para sua companheira vanguardista. Depois, para Doloth, Rilac, seu mamute, Garbryt, Pherpe, Holcia e, por fim, Oburloc. Todo o poder que juntara era expelido na direção de cada um, exceto o lupgran. 

— De onde vem... esta fragrância? — indagou ao nada Oburloc, que estava tão estupefato e receoso quanto seus companheiros. Afinal, se uma natrakan controlava lobos, talvez pudesse usar propriedades vegetais contra eles. Mas, felizmente, a façanha atual era provinda de Dotter. De alguma forma, ainda que não tivessem certeza, sabiam que isso era provocado por uma das denins aliadas. 

A impressão era que Dotter não só lançava a energia das árvores sobre todos, mas, também, um efeito anestésico. Uma calmaria inacreditável revoava o campo, fazendo com que o lupgran diante de Rilac parecesse secundário aos eventos expostos. O lobo estava paralisado, hipnotizado pelo cheiro da natureza que o abriga. Enquanto eu me impressionava com as luzes violáceas, o líder dos patrulheiros deixava claro que o motivo pelo qual todos estavam impressionados era devido ao aroma emanado pelo local, que os fazia olhar perdidamente por toda parte, sem identificar que a energia vinha da guardiã da Floresta de Majara. 

— Mantenham-se firmes! — disse Liliel em voz alta. — Logo virão mais! Portanto, vamos mudar a tática!

A primeira ordem, no entanto, foi dada à majurk: 

— Dotter, preciso que suba no mamute de Rilac e ajude a arqueira com sua zarabatana. Em cima do lombo daquele animal, terá um maior campo de visão e pode ajudar a dar cobertura a mim e aos infantes. Formaremos um círculo a frente para nos resguardarmos de outro ataque. 

Em seguida, gritou aos homens:

— Assumirei a ponta leste e formaremos um círculo! Mantenham-se firmes e tenham fé! 

A elfa abandonou a égua. Intentava servir como apoio para que Dotter descesse, e assim foi feito. Todavia, a guardiã decidiu não seguir a ordem.  

— Milady — disse Dotter, com o tom da voz leve como os flocos de neve que caíam dos céus. Seu rosto emanava uma atmosfera perfeitamente equilibrada, característica tão perseguida pelos emylistas. Seus olhos voltavam a ser verdes como jades brilhantes e, agora, focavam o lobo titânico. — Temo que não saiba do que lupgrans são capazes. Não se foge desta fera. Seria como disputar uma corrida contra os ventos. Tampouco se pode dar as costas ao eliminar sua matilha. Seu instinto vingativo é como um gigante que sobe às mais altas montanhas de Majara, perseguindo seus inimigos dia e noite. Ele não descansará até que a mesma dor gravada em seus irmãos invada cada músculo de seus algozes. 

Dotter pausou brevemente. Enquanto isso, farejou os arredores e ouviu um comentário de Liliel. Não foi possível saber se conseguiu encontrar algo, sobrepujando o cheiro agradável que liberara há pouco. 

— Você o recuperou. Estou satisfeita — disse se referindo claramente ao equilíbrio que a majurk expunha.  


Os olhos azuis da Lady aliankina refletiram como espelhos a parceira. Sentia efluir dela o autocontrole que também buscava naquela situação tão desfavorável. Novamente, vi a serenidade característica da elfa que identifiquei nas primeiras visões. Dotter a inspirava no momento certo. Quase foi possível ver o nascimento de um pequeno sorriso no rosto frio da guerreira que, antes que pudesse consolidar tal feição, se virou de costas para a aliada. O semblante sério e compenetrado agora focava os feridos no centro do círculo. 


— O casal alfa sempre ataca em dupla — disse Dotter. — Uma fera intimida, espantando suas vítimas que, tomadas pelo desespero, caem nas presas devastadoras de seu par. Por isso, tenha certeza: aquele ali não é o único a nos espreitar!

A majurk olhou as árvores. Por um instante decisivo, se esqueceu de que não era ela a dar as ordens ali. 

— Subam nas árvores ou no mamute de Rilac! Mesmo lupgrans não podem escalá-las. Holcia, como única arqueira, você será de suma importância! Se algum de vocês souber usar uma zarabatana, pegue a minha!

Ao ouvir Dotter, Liliel remendou:

— Compreendo, mas, já estamos marcados. Eles virão de qualquer maneira. O que temos que fazer é resistir e achar a denin responsável! — respondeu a elfa.


Sem delongas, Dotter surpreendeu. Retirou a alça da aljava de dardos, e as entregou junto com a zarabatana para Liliel. Em seguida, afrouxou sutilmente as fivelas da capa e da cinta. Qualquer majurk seria capaz de reconhecer aquele gesto tão prudente naquele momento. Estava prestes a deixar a aparência da bela mestiça do clã Manen para assumir a força e a ferocidade dos nossos ancestrais. 

Os pelos de suas orelhas e cabelos estavam ouriçados. Novamente, não era o frio agindo sobre si. Tratava-se da adrenalina que domina os majurks antes de assumir a aparência bestial. A perna ferida não seria mais um problema. Poderia se apoiar em outras três patas e, ainda assim, combater de igual pra igual um lupgran. 

Até então, ninguém, além de mim e Liliel, percebeu a intenção de Dotter. Do contrário, talvez estivessem apavorados por ter de confrontar mais uma criatura animalesca, embora sua missão fosse a de justamente conter os passos majurks. 

Caminhando alguns passos a frente enquanto a transformação continuava, Liliel deu uma última instrução à Dotter.

— Devemos continuar com a estratégia. O aroma não durará muito. Conto com você! 

A guerreira, então, correu na direção dos feridos. Entendi que sua intenção inicial era tão somente alcançá-los, deixando Dotter em seu posto, mantendo a formação circular. Caso o lupgran atacasse, a ursa o enfrentaria em seu lugar, enquanto a Lady seria a melhor proteção para os dois guerreiros impotentes na peleja. 

— Não temos tempo para subir nas árvores — disse Oburloc, no que pareceu uma resposta para Dotter, mas, na verdade, era uma instrução para os demais. — Precisamos proteger também os feridos. Mantenham-se em posição! Holcia, você é a única arqueira disponível! Vá para o mamute! Com todo esse cheiro das árvores, não nos pegarão facilmente pelo faro. Vamos caçá-los primeiro! 

Os guerreiros mantiveram posição, rastreando com os olhos pouco hábeis dos humanos o possível local de onde poderiam ser atacados. Assim, protegiam Holcia, que cumpriria a tarefa outrora ordenada por Liliel a Dotter, que, felizmente, recusou o mando. A melhor chance que tinham em sair vivos dali era deixando que a majurk assumisse sua forma bestial. Eu torcia para que ela fosse uma descendente de Slandragg e, assim, mantivesse a consciência racional. Assim, ela não seria mais uma oponente para os patrulheiros, ou para a própria parceira emylista. 

Era certo que a técnica usada por Dotter disfarçara o cheiro dos presentes. Do contrário, o outro alfa, ainda oculto, já teria atacado. Isso permitiu que Holcia corresse até Rilac, que não tirava os olhos do lupgran. Este, por sinal, começava a avançar com passos lentos, exibindo os afiados caninos, fulminando o guerreiro e a montaria com seus olhos amarelos e brilhantes como ouro. Não hesitaria em atacar mesmo um adversário imponente como um mamute. O infante também precisava ser hábil para fazer o animal se abaixar e permitir a subida da arqueira, e, ao mesmo tempo, distrair o carniceiro para que não usasse a oportunidade para derrubá-la. Quanto mais ganhassem tempo, melhor. 



(Continuem a partir daqui, Desirreé e Giovanna)

Complemento:

- Dotter é descendente de Slandragg. Ou seja, ela terá consciência racional ao se transformar. Liliel sabe que ela não é uma ameaça quando usa a metamorfose. 


Última edição por A Lenda de Materyalis em Qua maio 03 2017, 18:06, editado 3 vez(es)
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